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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A questão do aborto



 Negado por uns e defendido por outros, a legalização do aborto é bastante discutida atualmente no Brasil, já que além de uma questão social, passou a ser - com o alto número de mortes e procedimentos mal sucedidos – questão de saúde pública e uma medida contra a desigualdade social.
   São muito comuns os comentários de que a legalização do aborto vai aumentar o número de seus procedimentos, porém, baseando-se nos dados feitos no Uruguai – após a legalização do aborto no final de 2012 – provam-se o contrário. Verificam-se quedas significativas tanto no número de mortes maternas quanto no número de abortos (que saiu de 33 mil para 4 mil). Isso porque, além da descriminalização, o
Uruguai aplicou uma política social exemplar apresentada na imagem ao lado (Educação sexual para decidir, anticonceptivos para não abortar e aborto legal para não morrer). 
  É preciso ter em mente que o aborto e a gravidez indesejada fazem parte de uma realidade em que os fins trágicos ficam, na maioria das vezes, destinados às mulheres mais pobres e que também estão à margem da lei. Por isso, a legalização do aborto é uma medida de proteção ao direito de escolha sobre o próprio corpo e principalmente o direito a saúde das mulheres que escolhem pela interrupção da gravidez.

  Ser contra o aborto não é ser contra a prática deste, já que essa não vai deixar de existir por meio da criminalização, mas ser contra o aborto é, na verdade, permitir que as mulheres tenham um sofrimento desnecessário e/ou morte  numa situação em que provocam o aborto em si mesma ou fazem-no com pessoas sem formação médica, aumentando os riscos de saúde devido a complicações. 










Por: Camila Iervese










Sexismo, o que é?




Sexismo é o privilégio dado a determinado gênero e a ideia de uma clara “distinção” entre os sexos em termos biológicos e sociais.
  É muito comum a sua presença nas relações sociais, como a separação entre brinquedos para meninas e para meninos, no tratamento e comportamento que os homens e mulheres devem ter de acordo com seu sexo e outros pontos que nem sempre são observados pela sociedade, que já está acostumada aos limites impostos a cada sexo.
 Alguns exemplos de idéias sexistas são: de que o homem é quem paga conta, quem tem um salário maior, que é quem sustenta a casa, e de quem é o mais forte nela. Assim como a mulher tem de ser frágil, pura, inocente, responsável pelos cuidados na casa e dependente do casamento para ser feliz.
 Deve-se educar as crianças não para diferenciar brinquedos de meninos e brinquedos de meninas, ou atitudes de meninos e atitudes de meninas, mas para saberem que não há distinção obrigatória entre os sexos e ou a superioridade de algum gênero a outro. 
  O sexismo, como instrumento de limitação, rebaixamento de um dos sexos (principalmente com o feminino) e com uso de pressupostos conservadores, não traz, para a sociedade, nenhum bem ou progresso.

 No vídeo a seguir uma garotinha reclama sobre a divisão dos brinquedos por sexo, veja:




Por: Camila Iervese

Representação dos gêneros na publicidade



  Alunos do curso de estudos de gênero da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, criaram um vídeo criativo sobre a forma em que homens e mulheres são tratados na publicidade e como isso reflete na vida social. 
 Com uma divertida troca de papeis como um dos principais argumentos do vídeo, este é bem convincente e vale a pena assistir: 





Por: Camila Iervese

Revolução Sexual

  

O que foi a revolução ou libertação sexual? 
    
  A revolução sexual é o fenômeno da modernidade que trouxe uma maior libertação e miscigenação entre os sexos, principalmente no mundo ocidental e acontece entre os anos 60 e 70.
  A revolução teve forte presença dos grupos feministas, defendendo a independência da mulher e sua igualdade numa sociedade altamente patriarcal e machista.
 Até a revolução, a mulher seguia fielmente um estereótipo de beleza e comportamento e exercia suas tarefas domésticas – que eram ensinadas desde pequenas pelas mães, a então responsável pela educação dos filhos e cuidados da casa. 
   Sustentadas pelo marido, a mulher começa a deixar isso de lado e entrar no mercado de trabalho durante e após a segunda guerra mundial. Recebiam salários inferiores, o que era uma boa oportunidade para o aumento de capital das grandes corporações (pagando menos pelo mesmo trabalho) e o que também foi uma futura insatisfação para as mulheres.
  Avanços como a legalização do aborto, camisinha, pílulas anticoncepcionais e um grande desenvolvimento na obstetrícia foram alguns dos fatores que desencadearam essa revolução ou apareceram após esta – o que além de aumentar a longevidade da mulher, permitiu o abandono das tarefas domésticas e do cuidado dos filhos, se esta não fosse a sua escolha.
 Com maior espaço, adesão e aceitação social da mulher no trabalho, na política e na vida social, na independência feminina em relação ao casamento  e outros fatores, fizeram da revolução sexual o início da  igualdade dos sexos numa luta que existe até os dias atuais.





Por: Camila Iervese

"It's your fault!" - sátira indiana sobre o estupro



 Humoristas de Mumbai promoveram uma campanha que ironiza o tratamento da sociedade sobre o que acontece e em como são tratadas as mulheres que são vítimas de estupro.
 Com sucesso estrondoso na Índia e mais de 2 milhões de acessos, os comediantes fizeram sua manifestação pelo YouTube com o objetivo de aumentar sua área de alcance e despertar a consciência das partes extremamente conservadoras do oriente.
 Deixam muito claro que os argumentos sobre vestir roupas curtas, andar sozinha, trabalhar até tarde ou outras situações não são motivos para justificar o estupro e muito menos para culpar as vítimas, assim, o vídeo traz de forma sarcástica e inovadora a necessidade de cortar as raízes patriarcais na sociedade.
  Veja:




Por: Camila Iervese

domingo, 24 de novembro de 2013

O tratamento para com a mulher na publicidade brasileira




Em busca de promover a marca de um produto, as propagandas estão cada vez mais apelativas e utilizando a imagem da mulher como objeto de consumo e êxito no mercado publicitário. Para isso, reforça diversos estereótipos da figura feminina como: “mulher símbolo”, “mulher ideal”, “mulher ilusão” e principalmente, “mulher sensual”. Com isso, promovem um efeito pedagógico negativo sobre meninas e meninos.
Muito se discute sobre a exploração publicitária do corpo da mulher, especialmente nos anúncios publicitários de cerveja. As garotas-propaganda dos anúncios de cerveja representam estereótipo padrão de beleza brasileiro, que são mulheres consideradas bonitas e atraentes, representantes do que muitas consumidoras do produto querem ser e do que muitos consumidores do produto querem ter.
O corpo feminino não pode ser um simples objeto do mercado publicitário trazendo a necessidade de estar sempre saudável, perfeito e bonito para ser exposto, tratando-a de forma preconceituosa e cheia de estereótipos, onde além de ser bem sucedida, boa esposa e mãe – pelas cobranças sexistas – ela  tem que ser jovem, magra e bonita.

Contudo, a imagem da mulher nos meios de comunicação é tema muito questionado, pois esta problemática tem um grande impacto na cultura, nas questões das diferenças e consciência das pessoas, onde a mídia além de vender seu produto, vende uma imagem e impõe comportamentos à mulher. 




Por: Vanessa Pamponet

Os altos índices de violência contra mulher em Salvador

  


“Não pode ser seu amigo quem exige seu silêncio” - frase da escritora norte americana Alice Walker. Com medo de influenciar na vida dos filhos por conta de ameaças e até por conta da baixíssima alto estima que as vítimas de violência são submetidas, o silêncio se torna o maior inimigo dessas mulheres que sem a proteção necessária, acabam por sofrer novos atos violentos que muitas vezes terminam com a morte.
  Segundo dados estatísticos da superintendência de política para as mulheres de Salvador, no Brasil 70% dos crimes contra mulheres acontecem no âmbito doméstico e os agressores são os maridos ou companheiros. A cada minuto quatro mulheres são espancadas por um homem com quem mantém ou manteve uma relação afetiva.
  Quando analisamos os dados referentes a Cidade de Salvador vislumbramos um cenário aterrador. A Delegacia Especial de Atendimento a Mulher da Capital Baiana, registrou 8.875 ocorrências em 2007 e 7.520 ocorrências em 2008, o que abrange desde ameaças até lesões corporais, espancamentos, estupros, dentre outros.

 Os também 98% de mortes de recém-nascidos ocorridos em Salvador poderiam ser evitadas através de um maior acesso às informações, da utilização de métodos contraceptivos e de um pré-natal de qualidade. Os dados da pesquisa mostram que as mães soteropolitanas que perdem seus recém nascidos são em sua maioria  jovens, de baixa escolaridade, em sua maioria negras, ocupadas em atividades como faxineiras, trabalhadoras domésticas, manicures, dentre outras profissões, residentes principalmente no Subúrbio Ferroviário e no Cabula-Beiru.


Por: Rafael Vasconcelos

Androcentrismo, o que é?




Androcentrismo, o que é?
    É a concepção que visa supervalorizar o pensamento masculino – ou seja, um pensamento cercado de pensamentos conservadores, moralistas e machistas. Um termo pouco usado hoje em dia, mas que reflete seus atos no cotidiano social. 
Inúmeros foram os meios usados ao longo do tempo pelos homens para colocar a mulher sempre como subalterna de suas decisões. Estas não podiam participar das decisões sobre futuro econômico, social e político de onde viviam nem tinham o direito de exercer qualquer tipo de expressão. Sua participação social sempre foi colocada em segundo plano, para viver em prol da família “tradicional”.
A virada começou a partir da revolução industrial em 1789, quando a força de trabalho feminino foi absorvida pelas fábricas e, a partir daí, iniciou-se uma busca por melhores condições de trabalho, acesso à cultura e igualdade entre os sexos. Nessa época as mulheres eram submetidas a regime de trabalho desumano com carga horária de 12 horas por dia, espancamentos e assédio sexual, mas na visão do capital, a entrada das mulheres no ambiente de trabalho significava menores gastos, já que o trabalho era menos recompensado por justificativas sexistas.
A constituição federal de 1988, que consagrou o preceito da igualdade entre sexos, a criação em 2003 da secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República (SPM/PR) e criação da lei Maria da Penha em 07 de agosto de 2006, são importantes conquistas atuais para mulheres que sofrem violência.

Segundo a jornalista Maíra Kubík, em recente publicação na versão on-line da revista da Carta Capital: “Entre 2001 e 2011, a cada uma hora e meia uma mulher morreu de forma violenta no Brasil. Foram 5.664 mortes por ano, 472 por mês, 15 por dia. E cerca de 40% de todos os assassinatos de mulheres foram cometidos por um parceiro íntimo.Os dados, para lá de lamentáveis, foram apresentados hoje pelo IPEA (Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas) e são resultado de uma pesquisa sobre o feminicídio no Brasil.” 

Por: Rafael Vasconcelos

A presença feminina na política em Salvador



   Desde a aprovação do voto feminino, a lei assegurou às mulheres brasileiras tanto o direito de votar em seus representantes como também o de ser votada. Apesar da eleição de uma mulher para a Presidência da República (Dilma Roussef), a representação feminina na política é muito reduzida.

Em Salvador, as mulheres são a maioria da população, segundo dados do IBGE. Mas, apesar dessa grande estatística, na política elas são reduzidas. Na Câmara de Vereadores de Salvador, são apenas 6 vereadoras entre os 41 vereadores.

De acordo com a visão feminista, o preconceito à mulher é um dos principais fatores. Pois, a mulher foi confinada ao espaço doméstico e foi reduzida a matriz dos herdeiros, sendo esse viés econômico e cultural importante na falta de representantes femininas na política.

Contudo, a presença das mulheres nos espaços políticos é muito pequeno, tanto por questões culturais, econômicas ou por valores predominantes da família patriarcal. Portanto esse processo cultural precisa ser passado por uma mudança na educação e na família, para assim atingir a igualdade de direito e oportunidades.



Por: Vanessa Pamponet

sábado, 26 de outubro de 2013

Marcha das vadias - Entenda




      O movimento realiza protestos sobre violência contra a mulher e contra a ideia de que as mulheres provocam tal violência comportando-se ou vestindo-se como "vadias".
     A marcha surgiu em Toronto, Canadá, e tem sua origem em janeiro de 2011 quando ocorreram muitos casos de abuso sexual na Universidade de Toronto e o policial Michael Sanguinetti fez a observação para que as mulheres "evitassem se vestir como vadias para não serem vítimas". Assim surgiu o primeiro protestos que levou 3 mil pessoas às ruas de Toronto. 
     Desde então, a Marcha das Vadias difundiu-se pelo mundo, inclusive no Brasil. O primeiro movimento no país surgiu em São Paulo, mas não teve tanta adesão como em outros países, no entanto, o número de pessoas engajadas nessa luta não deixa de crescer a cada ano. 

 Entenda a dimensão do problema tratado: 


  Segundo pesquisas, a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil. Mais desses dados indicam que 7 milhões e 200 mil mulheres com mais de 15 anos já sofreram agressões. Quanto aos homens, 8% admitem já ter agredido fisicamente uma mulher, 48% dizem ter um amigo ou conhecido que fizeram o mesmo e 25% tem parentes que agridem as companheiras.
  A pesquisa também indicou que os homens que agridem, repetem com frequência a agressão, o que demonstraria um padrão de comportamento e não uma exceção.
  Portanto, diante desses dados assustadores, é importante saber que o movimento aqui tratado não reúne mulheres para "mostrarem seus corpos" ou "chamarem atenção" - diferente disso, a marcha é um movimento feminista engajado, que tem como um de seus lemas "Nem santa, nem vadia: Mulher" e que se baseia na ideia de que as roupas que usamos não podem ser a causa da violência que sofrem ou como desculpas para serem tratadas como "objetos atrativos" e outras "ofensas" que limitam o gênero feminino, além de estimular a violência contra as mulheres. É importante ressaltar que a marcha também protesta contra o Estatuto do Nascituro e pedem pela legalização do aborto.

O feminismo, a Marcha das Vadias e a opinião da Igreja Católica:


Mulher carrega cartaz escrito
"Tirem seus rosários dos meus ovários"
  Em julho deste ano, cerca de 1,5 manifestantes participaram da Marcha das Vadias no Rio de Janeiro e muitos desses aproveitaram também para criticar a Igreja Católica.
  Representantes de organizações distribuíram uma carta aberta ao Papa Francisco pedindo por mudanças na estrutura da Igreja, como a bênção à união de casais do mesmo sexo e o  fim da condenação ao aborto.
  Nesse mesmo protesto, alguns fizeram uso da cruz para se manifestarem e até chegaram a quebrar imagens de santos, deixando milhões de pessoas indignadas com o ato. Entretanto, os organizadores do movimento não estão relacionados ao fato.
  Num estado laico, porém com predominância da religião católica é certo de que foi um afronto ofender a religiosidade e princípios de outrem, porém não pode-se pender para um único lado da situação. O motivo da marcha estar em um espaço religioso trata-se também de uma ofensa ao seus princípios e a então defesa destes. O movimento luta contra o machismo, a sociedade patriarcal, submissão da mulher à família e outros dilemas que a Igreja defende fielmente.
 Ao meu ver, nessa manifestação, ambos os princípios estavam sendo atacados numa "falta de respeito" mútua. O das mulheres que se dizem defender a igualdade de direitos entre os sexos e a Igreja que se diz defender os pontos já citados acima. Portanto, não é de todo condenável a ofensa contra o opressor, mas é condenável, sim, a falta de concordância entre direitos iguais na sociedade e a religião predominante nesta.

A imagem faz uma irônica "troca de papeis" entre
o comportamento padrão para as mulheres e de como se
encaixariam nos homens. 




A marcha apoia as mulheres numa luta que não é nova e nunca deixou de ser importante. Deve-se ter uma opinião, contra ou a favor, e posicionar-se sobre o assunto.

Por: Camila Iervese





Fontes: Globo.com/ www.dooda.com.br / gazetaonline.globo.com/ www.uol.com.br/ www.brasil.gov.com

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

As mulheres no ambiente esportivo


          A história da mulher no esporte começa com a sua proibição nos primeiros Jogos Olímpicos. Diz-se que naquela época uma mulher que queria ver seu filho participando nos jogos se vestiu com roupas masculinas, mas ao vê-lo ganhar, comemorou de tal forma que seu disfarce caiu. A participação das mulheres nos Jogos Olímpicos só foi permitida em 1900, em Paris. No Brasil, pode-se considerar que a nadadora Maria Lenk foi muito importante para a prática do esporte feminino, pois ela ajudou a divulgar a imagem da mulher praticante de esporte. Hoje podemos ver as mulheres praticando a grande maioria dos esportes mundiais, pois elas conseguiram conquistar o seu espaço. Além disso, as mulheres apresentam o mesmo nível técnico dos homens, superando-os algumas vezes, embora existam diferenças  fisiológicas. Mesmo com todas estas evoluções da mulher no mundo esportivo, ela ainda não está numa condição de vantagem em relação aos homens, pois continuam existindo muito preconceito e discriminação, principalmente desigualdade salarial entre homens e mulheres no esporte de alto rendimento. As mulheres no esporte podem muito bem ser campeãs, pois entre outras características da feminilidade, podemos destacar: FLEXIBILIDADE, COMPREENSÃO COM O TREINADOR  E ATLETAS, INTUIÇÃO, e AÇÃO.
          No contexto social, a mulher no esporte está imersa em um ambiente criado pelo e para o homem, com isso, não possuem, as “características” que facilitam a alta performance como também apenas por lazer, mas é sabido que este quadro está em transformação nos aspectos biológicos, psicossociais, culturais, entre outros, fazendo com que a mulher conquiste a possibilidade de fazer parte da expressão esportiva de um país. A mulher no esporte faz um papel fundamental na sociedade, visto que a mulher atleta modifica a forma de pensar e agir de muitos indivíduos da sociedade. Vale ressaltar que as mulheres não procuram igualdade nas modalidades, e sim, equilíbrio nos direitos.

Por André Santos

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Bahia e Salvador superam média nacional em violência contra mulher



O índice de violência contra a mulher na Bahia vem crescendo constantemente e chega a superar a média nacional. De acordo com os dados do Mapa da Violência 2012, enquanto a média de todo o país é de 4,6 assassinatos a cada 100 mil mulheres, na Bahia a taxa é de 6,1, ocupando o sexto lugar entre os estados brasileiros.

Entre as cidades brasileiras mais violentas, quatro delas estão na Bahia. É o caso de Porto Seguro, que ocupa o 3° ligar com maior número de homicídios de mulheres com uma taxa de 22,1. Na quarta posição está outra cidade baiana, Simões Filho, com taxa de 21,4. As outras cidades baianas entre as 10 são Lauro de Freitas com 20,2 e Teixeira de Freitas com 18,5.

Em Salvador as estatísticas não são diferentes e chega até ser pior quando levado em consideração os números de capitais do país. Com uma taxa de 8,3, a capital ocupa a quinta colocada em número de homicídios femininos. A média nacional e das capitais é de 5,4.





A imagem da mulher na mídia é tema de livro




Rachel Moreno, conhecida feminista e ativista pela regulamentação da mídia em nosso país, lança no próximo dia 18 de fevereiro o livro “A Imagem da Mulher na Mídia - Controle Social Comparado”, um desafio aos que chamam de censura a necessária regulamentação democrática dos meios de comunicação.

Poucos saberão melhor do que as mulheres o que é ter suas opiniões interditadas, sua participação social proibida, sua vida cerceada, sua existência invisibilizada, sua liberdade de expressão limitada. Assim como em tempos passados, a mulher ainda é subjugada atualmente, seja por fundamentalismos religiosos, ou por fundamentalismos econômicos que colocam o mercado como motor da História. Sua publicidade, o “marketing”, o “merchandising” (e tantos outros “conceitos” importados), seguem a construir a cultura dominante e os valores necessários para que o dinheiro reine e o mercado governe. E nessa cultura a mulher é mercantilizada por vários meios.
“É inegável a importância da mídia, enquanto poderosa educadora informal”, escreveu Rachel Moreno no resumo do livro. “Sua programação, conteúdo e publicidade alcançam um público maior ou menor, dependendo do meio, chegando a 98% dos lares brasileiros, no caso da televisão. As mulheres, por serem responsáveis por 85% das decisões de consumo, têm sido seu objeto preferencial”. Psicóloga de formação e pesquisadora, com anos de atuação em torno do tema Rachel conhece bem o discurso que nos mostra “o caminho do sucesso”, como ela diz. “Ele é desde cedo introjetado, passando a contribuir significativamente para a formação da nossa subjetividade, para o que queremos ser. De modo que já não precisamos ser vigiados ou punidos, nós mesmos nos cobramos a semelhança e proximidade com a imagem de sucesso que nos assombra e controla. E isso ocorre desde a mais tenra infância, com adequação para todas as faixas etárias”.
Por isso continuamos a luta por liberdade de expressão, pelo direito à comunicação, mesmo depois do fim da ditadura. E as mulheres têm sido protagonistas nesta demanda. De há muito tempo, as feministas questionam a imagem de mulher que a mídia difunde. Rachel Moreno recorda que “incomodadas com os excessos da imagem da mulher na publicidade, nas músicas, reagimos pontualmente, com mais, ou menos sucesso”. Poucas vezes tivemos vitórias, como aquela em que o Instituto Patrícia Galvão conseguiu a retirada dos bares das “bolachas” da Kaiser que diziam “mulher e cerveja especialidade da casa”, e o anunciante teve que realizar seminários sobre a publicidade e a imagem da mulher em todo o Brasil. Como cerveja parece ser um dos principais produtos a “vender-se” junto com a mulher, foram várias as denúncias. O Observatório da Mulher, organização fundada por Rachel, mantém um processo em andamento contra a campanha de 2006, “Musa do Verão”, da Skol.

Abaixo, segue um vídeo de uma entrevista com  Rachel Moreno:




Por Taiana Martinez

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Woman Is The Nigger Of The World - John Lennon e Yoko Ono


Música do casal fala sobre a Mulher


"Woman is the nigger of the world" é uma canção feita por John Lennon e Yoko Ono. O título, em tradução livre significa: ''A mulher é o escravo do mundo". A letra da música retrata situações cotidianas vividas pelas mulheres e mostram sua infeliz subordinação a uma sociedade patriarcal.
  Façamos uma breve interpretação: 


  • "Se ela não for uma escrava, dizemos que elas não nos amam" :
     Se as mulheres não fizerem o que é, de costume, seu papel na vida social (total dedicação a família), acredita-se que estas não sentem amor pela família. Por exemplo, se a mulher prefere entregar-se a profissão e decide não ter filhos, nós a julgamos e rotulamos. Esquecendo-se de que a sua capacidade de fecundidade não é uma obrigação do corpo feminino.
  • "Se ela é real, dizemos que ela está tentando ser um homem": Se não segue os requisitos encontrados em revistas femininas, masculinas, em publicidades, ou na ideia de que o seu comportamento deve ser meigo, gentil, discreto ou semelhantes, algo está errado. E ainda, principalmente, quando ela busca os seus direitos e a igualdade de valores, diz-se que está tentando ser homem ou fugindo dos padrões pré definidos. 
  • "Nós a insultamos todo dia na TV e nos perguntamos por quê lhe falta coragem ou auto-confiança":
     
    Tratadas como criaturas desejosas de matrimônio, como objetos de agrado ao homem e também objeto sexual, faz-se culto a um corpo feminino perfeito e idealizado, banaliza-o na TV e nas publicidades e traz a ideia de mulher como um ser frágil, dando sempre continuidade a cultura de fazer da mulher um objeto fraco e vulnerável. 


Confira a letra da música traduzida e a seguir a própria música:



Woman is the Nigger of the World (Tradução)

A mulher é o escravo do mundo
Sim, ela é...pense nisso
A mulher é o escravo do mundo
Pense nisso...faça algo sobre isso


Nós a fazemos pintar o rosto e dançar
Se ela não for uma escrava, dizemos que elas não nos amam
Se ela é real, dizemos que ela está tentando ser um homem
Enquanto a colocamos pra baixo, fingimos que ela está por cima


A mulher é o escravo do mundo, sim ela é
Se você não acredita, dê uma olhada em quem está contigo
A mulher é o escravo dos escravos
Ah, sim...


Nós a fazemos parir e criar nossos filhos
E depois as deixamos de lado por serem mães gordas como galinha
Nós dizemos que elas só devem ficar em casa
E depois dizemos que são muito anti-sociais para ser amigas


A mulher é o escravo do mundo, sim ela é
Se você não acredita, dê uma olhada em quem está contigo
A mulher é o escravo dos escravos
Ah, sim...


Nós a insultamos todo dia na TV
E nos perguntamos por quê lhe falta coragem ou auto-confiança
Quando jovens, tiramos delas a promessa de liberdade
Enquanto as mandamos serem pouco inteligentes, as culpamos por
serem tão burras


A mulher é o escravo do mundo, sim ela é
Se você não acredita, dê uma olhada em quem está contigo
A mulher é o escravo dos escravos
Ah, sim...se você acredita em mim, melhor gritar sobre isso


Nós a fazemos pintar o rosto e dançar
Nós a fazemos pintar o rosto e dançar
Nós a fazemos pintar o rosto e dançar"






Por: Camila Iervese


Páginas indicadas pelo blog




O grupo Sexo Frágil? indica algumas páginas que podem facilitar entendimento sobre alguns dos assuntos que abordamos no blog:




O blog da revista Carta Capital ''Feminismo pra quê?" discute temas sobre a mulher, violência, machismo e preconceito de forma diferente aos discurso da mídia.



             A página "Moça, você é machista" trata de forma dinâmica, bem estruturada, sarcástica e irônica do machismo presente na sociedade. Por ter muitas postagens e fatos que acontecem no dia a dia, o leitor machista que ainda não tem consciência disso, mas o é por fruto da sociedade, muda seu modo de vista em relação ao respeito para com a mulher.


Por: Camila Iervese

(O grupo continuará apresentando páginas e links no decorrer do processo de blog)

O Sorriso De Mona Lisa

 

 Um filme que desperta liberdade e conscientização feminina


O sorriso de Mona Lisa é um filme americano estrelado por Julia Roberts como personagem principal e que recria a atmosfera dos anos 50. A obra fala sobre o papel da mulher na sociedade, as limitações encontradas por elas, o preconceito da sociedade e até mesmo das próprias mulheres que consideram essas limitações como papeis e obrigações próprias do sexo feminino.
   No filme, a professora de artes, Katherine Watson, é convidada para ensinar no melhor

colégio feminino dos Estados Unidos - um internato com as mulheres mais inteligentes e espertas do país e, ao chegar, tem uma surpresa: O único e maior objetivo dessas talentosas mulheres era: Casar-se. 
    Indignada, Katherine (inteligente e progressista) tenta e consegue mostrar para algumas dessas garotas que elas não são limitadas por ninguém, nem por seus maridos - o que seria uma nova e forte contradição aos moldes dos anos cinquenta.
   Por fim,  filme mostra em como os costumes mudam e se adaptam aos novos modelos de sociedade e como isso é importante para a não-opressão de nenhum grupo da sociedade, nesse caso em especial, as mulheres.





Entenda o título do filmeO título do filme é baseado na obra de arte de Leonardo da Vinci, Mona Lisa, mas especialmente, no sorriso enigmático da pintura que, mesmo depois de tantos anos, ainda desperta o interesse e curiosidade de artistas e cientistas. 
  O sorriso da Mona Lisa já passou por várias interpretações, mas, no filme, ele é interpretado como um sorriso da mulher que sorri para o mundo, mas que não está verdadeiramente feliz, pois ela não quer sorrir, apenas tem de fazê-lo. 
    Essa identificação com o filme, acontece nos momentos em que as personagens se recusam a exercer seus papeis padrões da época, um grande passo que as diferencia da moça na obra de arte.


Trailer do filme:




Por: Camila Iervese


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

MULHER X MERCADO DE TRABALHO



Há menos de cem anos, a mulher não tinha direito ao voto no Brasil e por muito tempo sua presença no mercado de trabalho era praticamente uma exceção. Em pouco tempo, o dito “sexo frágil” ganhou seu espaço na sociedade e destaque no mercado de trabalho.
A mulher brasileira, sobretudo dos grandes centros urbanos, é uma profissional que, além do trabalho, administra sua casa e, não raro, estuda e encontra tempo para atividades de esporte e lazer.
Hoje as mulheres ocupam as mais diversas profissões no mercado de trabalho, como médicas, operárias, comerciantes, professoras, policiais, motoristas de ônibus, taxistas e praticamente todas as demais profissões, indiscriminadamente.
O aumento da participação feminina no mercado de trabalho tem contribuído bastante para a redução das diferenças entre homens e mulheres economicamente ativos e paralelamente constata-se o progressivo declínio do número médio de pessoas nas famílias e isso, em razão da progressiva queda da fecundidade, como consequência do crescente uso de anticoncepcionais pela mulheres que precisam trabalhar fora, pelo que não querem engravidar.
As maiores dificuldades enfrentadas por elas para a obtenção de um emprego remunerado são as que elas enfrentam quando têm filhos pequenos e precisam deixá-los com alguém que cuide deles para que elas possam trabalhar.
Nota-se, no entanto, que a presença de filhos pequenos não parece impedir a maioria das mulheres de procurar trabalho, mas dificulta o seu acesso a uma ocupação, seja por restringir sua escolha de trabalho por um local mais próximo de sua residência e/ou por um tipo de jornada de trabalho menor ou mais flexível ou, ainda, pelo lado do empregador, por preferir contratar mulheres que não possuam filhos menores.
Essa situação aponta para a necessidade de atenção por parte dos gestores de políticas públicas no sentido de ampliar-se a oferta de vagas em creches e ensino infantil, especialmente no caso das famílias que são chefiadas por mulheres.

Por : Taiana Araujo Martinez




sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Banda Nenhum de Nós explica a música ''Camila, Camila''


Thedy Côrrea explica a música de tema polêmico "Camila, Camila"


  A banda Nenhum de Nós fala sobre a sua música “Camila, Camila”, o clássico absoluto da banda e canção mais escutada em rádios no ano de 1988/89. O grupo já assumia a característica de compor músicas extensas e letras lógicas, tratando de temas sociais, relacionamento e outros.
  O cantor Thedy Côrrea explica o significado da música (violência contra a mulher) e em quem ela foi baseada. 
O vídeo a seguir mostra a explicação feita pelo cantor da música e em seguida a própria música.  


Letra:

Depois da última noite de festa
Chorando e esperando amanhecer, amanhecer
As coisas aconteciam com alguma explicação
Com alguma explicação
Depois da última noite de chuva
Chorando e esperando amanhecer, amanhecer
Às vezes peço a ele que vá embora
Que vá embora...oh...

Camila, Camila

Eu que tenho medo até de suas mãos
Mas o ódio cega e você não percebe
Mas o ódio cega

E eu que tenho medo até do seu olhar
Mas o ódio cega e você não percebe
Mas o ódio cega

A lembrança do silêncio daquelas tardes
Daquelas tardes
A vergonha do espelho naquelas marcas
Naquelas marcas
Havia algo de insano naqueles olhos,
Olhos insanos
Os olhos que passavam o dia a me vigiar, a me vigiar...oh...

Camila, Camila, Camila
Camila, Camila, Camila

E eu que tinha apenas 17 anos
Baixava a minha cabeça pra tudo
Era assim que as coisas aconteciam
Era assim que eu via tudo acontecer
E eu que tinha apenas 17 anos
Baixava minha cabeça pra tudo
Era assim que as coisas aconteciam
Era assim que eu via tudo acontecer

Camila, Camila, Camila

Camila, Camila, Camila



Por: Camila Iervese

Livro: A cidade do Sol




"A cidade do sol'' é um livro extraordinário do autor Khaled Hosseini, autor também de O caçador de Pipas, que conta a história das mulheres afegãs e suas lutas diárias.
  O livro é dividido em três partes. O primeiro capítulo (Mariam) conta a história da menina Mariam que perdeu sua mãe aos 15 anos e o homem que deveria acolhê-la, seu pai, a vendeu para um sapateiro de 45 anos de Cabul. Mariam não consegue engravidar e seu marido reclama da de sua comida e limpeza tratando-a como sua empregada ao mesmo tempo em que também é vítima de maus tratos e abuso sexual.
  O segundo capítulo (Laila) conta a história de uma outra garota que vive na mesma rua onde Mariam vive em Cabul. Laila é uma menina inteligente, filha de um professor liberal que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser". Laila possui muitos sonhos que não se limitam a casar e ter filhos, logo apaixona-se por um jovem chamado Tariq - mas este tem de partir em razão da guerra que assombra no Afeganistão. Em meio a essa guerra, uma explosão une a história dessas duas mulheres e muda o destino de ambas.
  Nessa explosão Laila perde os pais e é ''acolhida'' por Rashid, marido de Mariam. Laila, então, torna-se a segunda esposa de Rashid. 
  Neste terceiro capítulo, o livro mostra a maneira como as mulheres são tratadas como objetos, como sofrem violência doméstica e como não tem voz para escapar desses dilemas, pois a própria sociedade as cala de diversas maneiras, como atribuindo à mulher funções, simplesmente por serem do sexo feminino, aceitando tanto a sua "fragilidade" quanto o seu não cumprimento de funções como justificativa para os problemas, preconceitos e violência pela qual esta tem de passar. 
  Mas, trata em específico, do que as mulheres afegãs enfrentam. Caladas pelo fundamentalismo religioso e do totalitarismo medieval dos talibãs, a maioria dessas mulheres casam-se ainda crianças compradas por pretendentes ou por escolha da família. Para elas, qualquer lugar onde se encontre uma aglomeração masculina é impróprio. Também são maltratas quando desobedecem família e maridos e em alguns casos recorrem para autoimolação - ou seja, tentam o suicídio ateando fogo ao corpo. O que é um bom exemplo para compreender a magnitude da censura e maus tratos que essas mulheres (e de algumas outras nacionalidades) sofrem.  
  Uma história muito interessante que faz repensar se na sociedade todos tem os mesmos direitos e voz... Bom, resposta fica clara durante todo o livro. 



  
Capa do livro "A cidade do Sol"

Por: Camila Iervese

 
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